terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Analógico experimental


Caminho dos Eucaliptos - Anna Mello
    Uma onda vanguardista veio do oriente para proliferar no Brasil nos últimos anos, culminando com a abertura da famosa rede Lomography em São Paulo e no Rio, com previsão de mais uma loja. A fotografia analógica experimental se popularizou entre os hipsters, amadores e entusiastas como o que uns viam um prazer sem culpa outros previam um quê qualquer de revolucionário e contra a corrente digital. O fato é que a lomografia, fotografia low fi e analógica experimental (como eu prefiro) reascendeu um mercado que estava condenado a falência - vide mamãe Kodak - e proporcionou uma nova forma de ver (ou rever) o mundo.

São Paulo analógico - Anna Mello

        Antes de mais nada, aos entusiastas, é necessário deixar claro que Lomo é uma marca Russa de câmeras de plástico pensada para ser uma máquina de fácil manuseio e barata, que se tornou rapidamente popular na década de 80, tomando como protótipo uma similar japonesa. O que muita gente não sabe é que a empresa Lomo era uma grande produtora de aparelhagem ótica, criando telescópios importantes e até mesmo produtos voltados a tecnologia espacial russa. Mas não foi até por volta de 1991, com a criação da Lomography Society por dois entusiastas vieneses que o negócio arrancou de vez. Inclusive recebendo apoio do próprio Putin.  (para saber mais sobre lomografia, sua criação e procriação assiste esse documentário de sete partes no youtube. O doc está todo em inglês). Desta feita, podemos dizer que o termo 'lomografia' não se aplica a todas as câmeras de plástico ou todos os experimentos com analógico, visto que existem outras marcas de toy cameras fora a LOMO.
ps: Não recomendo o artigo da Wikipedia, é pouco didático e cheio de errinhos.
"A lomografia, fotografia low fi e analógica experimental reascendeu um mercado que estava condenado a falência e proporcionou uma nova forma de ver o mundo."
São Paulo Analógico - Anna Mello
       Low fi photography ou simplesmente fotografia de baixa qualidade é o termo que muitos consideram ser mais adequado para o fazer analógico de 'brincadeira'. Primeira coisa contra este termo está no baixa qualidade. Podemos fazer fotografias experimentais de altíssima qualidade, a exemplo do lightpainting que, só porque se popularizou e exige um conhecimento maior para realiza-lo, não passa de fotografia experimental. Do pinhole, passando pelo cross processing até chegar nas câmeras de plástico existem várias formas, possibilidades e arcos da fotografia analógica experimental, a 'lomo', no meu ponto de vista - a começar por suas 10 regras muito bobas - é a mais banal delas. Um fotógrafo sério pode sim aprender muito com as câmeras de plástico, coisa que o digital vicia quem só o manuseia. Precisamos nos desprender das máquinas digitalizadas e voltar aos processos manuais para reaprender as coisas como elas realmente são, não como já foram processadas para nós.

O desfoque suave, as cores saturadas, as bordas escurecidas e, principalmente, aquele momento antes da revelação: Coisas que tornam a experimental única em seu estilo, livre por si só e viciante por natureza.

todas as fotografias deste filme foram tiradas com filme ASA 200 fujifilm em uma Diana+ 
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Veja também:
http://www.lomogracinha.com.br
http://www.queimandofilme.com
http://www.lomography.com.br
http://www.toycamera.com.br